Em 1889,
através de assembleias e conselhos, o Brasil deixou de ser império para se
tornar um governo republicano, isso significou uma saída do controle do
imperador para de um presidente que seria escolhido pelo voto da população. No
começo podemos imaginar que isso seria ótimo para o desenvolvimento do país e
haveria participação e integração de todos, se não fosse por um detalhe, nesta
época a população era formada por ex- escravos que tentavam se adaptar a
liberdade e como poucas pessoas tinha acesso à educação eram facilmente
manipuladas ou excluídas.
* “Sendo função social antes que direito, o voto era concedido
àqueles a quem a sociedade julgava poder confiar a sua preservação. No Império,
como na República, foram excluídos os pobres (seja pela renda, seja pela
exigência da alfabetização), os mendigos, as mulheres, os menores de idade
[menores de 21], as praças de pré (soldados e marinheiros), os membros de
ordens religiosas. Ficava fora da sociedade política a grande maioria da
população.
Algumas mudanças, como a eliminação do Poder Moderador, do Senado Vitalício e
do Conselho de Estado e a introdução do federalismo, tinham sem dúvida
inspiração democratizante, na medida em que buscavam desconcentrar o exercício
do poder. Mas, não vindo acompanhadas por expansão significativa da cidadania
política, resultaram em entregar o governo mais diretamente aos setores
dominantes, tanto rurais quanto urbanos.”
Os primeiros que obtiveram o poder de comandar a Republica,
os marechais Deodoro da Fonseca e o Floriano Peixoto, de 1891 a 1894. O último
que adquiriu o poder da republica velha foi ex- presidente Washington Luis, afirmava
que a questão social era assunto resolvido pela policia, o único modo de
justificar e tentar combater os inúmeros movimentos ocorridos na época de seu
mandato.
São identificados vários fatores decorrentes á exclusão social
como o Coronelismo, que conseguiam autonomia com o grande número de eleitores,
o chamado voto de cabresto, as corrupções, fraudes eleitorais a política do
café-com-leite, entre outros influenciaram a questão social do país.
*
(CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados. O Rio de Janeiro e a
República que não foi. 3ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. pp.
43-46.)
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